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Evolução: estudo sugere que poderíamos viver até 200 anos se não fossem os dinossauros

A hipótese do "gargalo da longevidade" tenta explicar porque os mamíferos não alcançam idades avançadas como alguns répteis
Por History Channel Brasil em 16 de Maio de 2024 às 16:11 HS
Evolução: estudo sugere que poderíamos viver até 200 anos se não fossem os dinossauros-0

O envelhecimento humano pode ter sido influenciado por milhões de anos de dominação dos dinossauros, de acordo com uma nova teoria. A hipótese do "gargalo da longevidade" foi proposta por João Pedro de Magalhães, da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, em um estudo publicado no periódico BioEssays. Segundo o pesquisador, os répteis extintos seriam culpados por não vivermos até 200 anos.

Reprodução rápida

Enquanto alguns répteis e anfíbios não mostram sinais significativos de senescência (ou envelhecimento biológico), todos os mamíferos, incluindo os humanos, mostram claros indicativos de envelhecimento. A hipótese de Magalhães sugere que, durante a Era Mesozoica, os mamíferos enfrentaram uma grande pressão para a reprodução rápida durante o reinado dos dinossauros, pois viviam na base da cadeia alimentar. Ao longo de 100 milhões de anos, isso teria levado à perda ou inativação de genes associados à longevidade nos primeiros mamíferos.

"Alguns dos primeiros mamíferos foram obrigados a viver na parte mais baixa da cadeia alimentar e, provavelmente, tiveram que suportar mais de 100 milhões de anos durante a era dos dinossauros, evoluindo para uma reprodução rápida para sobreviver. Acredito que esse longo período de pressão evolutiva teve um impacto na forma como os humanos envelhecem", afirmou Magalhães.

Magalhães acredita que a perda de enzimas relacionadas à Era Mesozoica limita a capacidade de muitos mamíferos de reparar danos, fazendo com que envelheçam mais rápido. Ele cita como exemplos a ausência de enzimas que restauram a pele queimada pela luz ultravioleta e o fato de que os dentes dos mamíferos não continuam crescendo ao longo de suas vidas, como acontece com os répteis. 

"Embora seja apenas uma hipótese no momento, há muitos ângulos intrigantes a serem explorados, incluindo a possibilidade de que o câncer seja mais frequente em mamíferos do que em outras espécies devido ao processo de envelhecimento rápido", concluiu Magalhães. 

Fontes
Universidade de Birmingham, The Conversation e Popular Mechanics
Imagens
LEO_VISIONS/UNSPLASH.COM