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Cabelo de Beethoven revela novas pistas sobre sua surdez e outras doenças

Análises indicam que o célebre compositor alemão sofreu intoxicação por chumbo
Por History Channel Brasil em 17 de Maio de 2024 às 16:52 HS
Cabelo de Beethoven revela novas pistas sobre sua surdez e outras doenças-0

Ludwig van Beethoven (1770-1827), um dos compositores mais famosos da história, continua a ser objeto de estudo quase 200 anos após sua morte. Um novo estudo, conduzido pelo bioquímico Nader Rifai, da Faculdade de Medicina de Harvard, confirmou que músico sofreu intoxicação por chumbo, como pesquisas anteriores já haviam apontado. A substância também pode ter contribuído para a perda de audição do gênio.

Mechas de cabelo

O estudo se baseou na análise de duas mechas de cabelo de Beethoven, que revelaram concentrações do metal tóxico entre 64 e 95 vezes maiores do que o normal. Esses níveis de chumbo, segundo o especialista, não são considerados suficientemente altos para serem a única causa de morte. No entanto, “são comumente associados a doenças gastrointestinais e renais e à diminuição da audição”.

A presença do chumbo no organismo de Beethoven pode estar relacionada ao seu gosto por bebidas alcoólicas. O músico era conhecido por gostar de vinho, às vezes bebendo uma garrafa por dia. Segundo Rifai, uma prática comum da época (e que remonta a pelo menos 2 mil anos), envolvia adicionar acetato de chumbo como adoçante e conservante na bebida. No mesmo período, o chumbo também era usado na fabricação de vidro para dar ao recipiente uma aparência mais clara e atraente.

"Embora as concentrações determinadas não sustentem a ideia de que a exposição ao chumbo causou a morte de Beethoven, isso pode ter contribuído para as doenças documentadas que o atormentaram durante a maior parte de sua vida", afirmou Rifai. O pesquisador também ressaltou que essa análise é "uma peça importante de um quebra-cabeça complexo e permitirá a historiadores, médicos e cientistas compreender melhor o histórico de saúde do grande compositor".

Fontes
Phys.org e CNN
Imagens
Domínio Público, via Wikimedia Commons