Criadora da Barbie ouviu do marido que a boneca "não daria certo"
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A boneca Barbie, ícone da cultura pop e um dos brinquedos mais famosos em todo o mundo, agora também se tornou um estrondoso sucesso de bilheteria nas salas de cinema. O mais irônico é que nem todos achavam que seu lançamento era comercialmente viável na década de 1950. Na verdade, sua criadora, Ruth Handler, teve que ouvir do marido que a boneca estava fadada ao fracasso.
Reflexo da vida adulta
Ruth Handler fundou a companhia Mattel, Inc. juntamente com seu marido, Elliot Handler, e seu sócio Harold Matson em 1945. Inicialmente, a empresa era especializada em brinquedos de madeira, mas Ruth percebeu que havia uma oportunidade de mercado para bonecas que estimulassem a imaginação das crianças e refletissem a vida adulta. Ela teve essa ideia ao observar a filha e suas amiguinhas brincando com bonecas de papel improvisadas que representavam "gente grande". Na época, as meninas costumavam brincar com bonecas em formato de bebês.
![Bonecas Barbie](/sites/history.uol.com.br/files/inline-images/Barbies%20-%20Bonecas%20-%20History%20Channel%20Brasil.jpg)
“Descobri algo muito importante. Elas estavam usando essas bonecas para projetar seus sonhos de seus próprios futuros como mulheres adultas”, disse ela em seu livro de memórias, intitulado Dream Doll: The Ruth Handler Story (Boneca dos Sonhos, a História de Ruth Handler, em tradução livre). Ela apresentou o conceito ao marido e a Matson, mas os dois acharam a ideia impraticável. No livro, ela se lembra que eles disseram: “Ruth, não vai dar certo”. Felizmente, ela conseguiu convencer os sócios a lançar a Barbie.
A aparência da Barbie foi modelada a partir de uma boneca chamada Bild Lilli, inspirada em uma personagem de história em quadrinhos alemã. Originalmente comercializada como um presente picante que os homens podiam comprar em tabacarias, a boneca Lilli mais tarde se tornou extremamente popular entre as crianças. A Mattel comprou os direitos de Lilli e Handler criou sua própria versão. Ela foi batizada de Barbie em homenagem à filha do casal, Barbara.
![Barbie e Ken](/sites/history.uol.com.br/files/inline-images/Barbie%20e%20Ken%20-%20History%20Channel%20Brasil.jpg)
A Barbie foi oficialmente lançada em 9 de março de 1959. Ruth tinha a intenção de que o brinquedo refletisse seu próprio tempo, por isso a primeira boneca imitava o glamour das estrelas dos anos 1950, como Elizabeth Taylor e Marilyn Monroe. Em seu primeiro ano, 300 mil bonecas Barbie foram vendidas pelo preço de US$ 3 cada. Em 1960, ela ganhou o namorado Ken (batizado com o nome do outro filho dos Handlers, Kenneth).
A ideia por trás da Barbie era permitir que as meninas se imaginassem em diferentes papéis, abrindo um mundo de possibilidades para seus sonhos e aspirações futuras. Ao longo de sua existência, a boneca teve mais de 250 profissões. Em 1965, ela se tornou astronauta, quatro anos antes de Neil Armstrong ter ido à Lua. Desde então, ela exerceu diversas funções: de médica a paleontóloga, de estrela do rock a engenheira da computação.
![Barbies](/sites/history.uol.com.br/files/inline-images/Barbies%20-%20Bonecas%20-%20Etnias%20-%20History%20Channel%20Brasil.jpg)
Inicialmente, a Barbie enfrentou algumas críticas, já que muitas pessoas consideravam que a boneca promovia uma imagem corporal irreal e estereotipada. No entanto, ao longo dos anos, ela se adaptou às mudanças culturais e sociais, diversificando suas coleções e representando diferentes etnias, profissões e estilos de vida. Além disso, a empresa Mattel lançou várias linhas de bonecas com corpos mais realistas, buscando refletir a diversidade das meninas que brincavam com elas.
Ao longo dos anos, a Barbie se tornou muito mais do que apenas uma boneca. Ela se transformou em um ícone cultural, representando a moda, a feminilidade e a imaginação. Além disso, a marca expandiu-se para incluir filmes, programas de televisão, jogos, livros e até mesmo parques temáticos.