Estado indiano oferece US$ 1 milhão para quem decifrar uma escrita de 5.300 anos

O estado de Tamil Nadu, na Índia está oferecendo uma recompensa de um milhão de dólares para quem conseguir decifrar a enigmática escrita da civilização do Vale do Indo. Essa iniciativa é um dos maiores incentivos financeiros já oferecidos para resolver um mistério arqueológico.
Enigma
Os aproximadamente quatro mil textos encontrados, gravados principalmente em selos e cerâmicas, resistiram a todos os esforços de interpretação por mais de um século. Essa escrita, que floresceu entre 2600 e 1900 a.C., pode ser a chave para compreender uma das civilizações mais avançadas da Antiguidade, cujo desaparecimento continua sendo tão misterioso quanto seu legado.
Os métodos tradicionais de pesquisa arqueológica estão encontrando um aliado inesperado na tecnologia moderna. O uso de algoritmos de aprendizado de máquina e inteligência artificial está abrindo novas possibilidades de análise, permitindo identificar padrões e relações entre símbolos que podem ter passado despercebidos durante décadas de estudo convencional.

Especialistas estão liderando essa revolução metodológica, sugerindo que o foco deve se afastar de interpretações puramente místicas ou espirituais para considerar aplicações mais práticas, como o possível uso da escrita em transações comerciais. Essa perspectiva pragmática, combinada com ferramentas tecnológicas avançadas, pode ser a chave para solucionar o enigma.
A base de dados existente inclui milhares de inscrições encontradas em sítios arqueológicos espalhados pelo noroeste da Índia e pelo Paquistão. Asko Parpola, uma das maiores autoridades nos estudos sobre o Vale do Indo, destaca que este pode ser o sistema de escrita mais significativo que ainda não foi decifrado. Os pesquisadores identificaram possíveis conexões com diversos sistemas de escrita, desde o antigo Brahmi até idiomas indo-europeus e sumérios.
O programa de recompensas estabelecido pelo governo de Tamil Nadu definiu critérios específicos de validação científica. Os participantes deverão apresentar evidências substanciais que sustentem suas interpretações, incluindo análises comparativas com outros sistemas de escrita conhecidos e demonstrações práticas de sua metodologia de decifração. A validação exigirá o consenso de um painel internacional de especialistas em linguística histórica e arqueologia.