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O mistério de D.B. Cooper: O homem que sumiu após saltar de um avião com US$ 200 mil

Quatro décadas depois, o sequestro mais enigmático da aviação comercial continua sem solução
Por History Channel Brasil em 29 de Janeiro de 2025 às 16:08 HS
O mistério de D.B. Cooper: O homem que sumiu após saltar de um avião com US$ 200 mil-0

Em 24 de novembro de 1971, um homem que se identificou como D.B. Cooper sequestrou um voo comercial nos Estados Unidos, exigiu um resgate de US$ 200 mil e desapareceu sem deixar rastros após saltar de paraquedas do avião. Apesar de décadas de investigações conduzidas pelo FBI, sua identidade e destino permanecem desconhecidos, tornando esse caso o único sequestro aéreo não resolvido na história da aviação comercial.

Ameaça de bomba

Cooper, descrito pelo FBI como um "homem branco, de 1,85m, pesando cerca de 80 quilos, com quarenta e poucos anos de idade, olhos castanhos e cabelo preto penteado para a esquerda", embarcou no voo da Northwest Orient Airlines em Portland com destino a Seattle. Depois de acender um cigarro e pedir um bourbon com soda, entregou à comissária Florence Schaffner um bilhete que dizia: “Tenho uma bomba na minha maleta. Quero que você se sente ao meu lado”.

O sequestrador exigiu US$ 200 mil em notas de 20 dólares e quatro paraquedas, prometendo liberar os passageiros ao pousar. Após três horas e meia voando em círculos sobre Seattle enquanto as autoridades reuniam os itens solicitados, Cooper cumpriu a promessa e libertou os 36 passageiros. Em seguida, ordenou que o avião seguisse para o México, mas, em pleno voo, abriu as escadas traseiras do Boeing 727 e saltou na escuridão e sob uma tempestade.

Entre os mais de 800 suspeitos investigados, alguns ganharam destaque. Richard McCoy, Jr., por exemplo, realizou um sequestro aéreo semelhante apenas meses depois, mas acabou morto após fugir da prisão. Sheridan Peterson, ex-funcionário da Boeing e paraquedista experiente, também foi investigado, mas sua aparência não correspondia à descrição de Cooper. 

Já Robert Rackstraw, piloto e ex-paraquedista, foi apontado como o possível culpado em um livro de 2016, mas seu advogado negou veementemente qualquer envolvimento do cliente, que morreu em 2019. Outro suspeito foi, Kenneth Christiansen, que trabalhou na Northwest Airlines como mecânico, comissário de bordo e chefe de cabine. Ele também havia sido paraquedista militar e, um ano após o sequestro, comprou uma casa à vista, apesar de ter um salário modesto. Em seu leito de morte, em 1994, ele disse ao irmão que tinha um segredo, mas não poderia contar. 

Dinheiro encontrado por uma criança
Parte do dinheiro encontrado por uma criança (Imagem: FBI/Domínio Público, via Wikimedia Commons)

Além dos suspeitos, poucos vestígios materiais foram encontrados. Cooper deixou para trás uma gravata com clipe, algumas bitucas de cigarro e um fio de cabelo, mas as evidências não levaram a conclusões. Em 1980, um menino encontrou US$ 5.800 parcialmente enterrados às margens do Rio Columbia, sendo o único dinheiro rastreável da quantia roubada.

Como consequência do sequestro, a Administração Federal de Aviação dos EUA determinou a instalação das chamadas "travas Cooper" em aviões Boeing 727, impedindo a abertura das escadas traseiras durante o voo. O enigma de D.B. Cooper permanece sem solução.

Fontes
History.com
Imagens
FBI/Governo dos Estados Unidos/Domínio Público, via Wikimedia Commons