No dia 29 de setembro de 1908 morria, no Rio de Janeiro, um dos maiores nomes da literatura brasileira e mundial, o escritor Joaquim Maria Machado de Assis. Ele escreveu em praticamente todos os gêneros literários, foi jornalista e crítico. Defensor da monarquia, testemunhou a mudança política no país para a república e foi um grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época. Nascido no dia 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro, sua extensa obra é formada por nove romances e peças teatrais, 200 contos, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas. Machado de Assis é considerado o introdutor do realismo no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). Sua primeira fase literária é constituída de obras como Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena e Iaiá Garcia, onde notam-se características do romantismo. Machado de Assis também influenciou grandes nomes como Olavo Bilac, Lima Barreto, Drummond de Andrade, John Barth, Donald Barthelme e outros. Machado de Assis é considerado um dos grandes gênios da história da literatura, ao lado de autores como Dante, Shakespeare e Camões. Ele foi casado durante 35 anos com a portuguesa Carolina Augusta, com quem teria vivido uma "vida conjugal perfeita". Ambos não tiveram filhos. A morte de Carolina, aos 70 anos, em 20 de outubro de 1904 foi um choque na vida do escritor, que entrou em depressão e morreu quatro anos mais tarde. Machado dedicou a ela seu último soneto, "A Carolina", em que Manuel Bandeira afirmaria, anos mais tarde, que é uma das peças mais comoventes da literatura brasileira. Antes de sua morte, em 1908, Machado publicou suas últimas obras: Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908), e Relíquias da Casa Velha (1906). No mesmo ano desta última obra, escreveu sua última peça teatral, Lição de Botânica.
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