Em 28 de março de 37 d.C, Calígula aceitou os títulos do principado, concedidos a ele pelo senado de Roma. Com isso, o novo imperador romano passou a ter "poder e autoridade sobre todas as coisas". Neste dia, ele entrou na cidade aclamado pelo povo, que se referia ao líder como "a nossa estrela" e "nosso bebê.
Ele chegou ao trono após a morte de Tibério, seu tio, mas teve que agir rápido para assumir o poder sozinho. Isso porque, antes de morrer, o imperador Tibério havia deixado uma ordem para que fosse sucedido por Tibério Gêmelo (seu neto) e Calígula. Seu desejo era que os dois deveriam governar em conjunto. Mas Calígula conseguiu anular o testamento, alegando que Tibério não estava lúcido quando assinou o documento.
Segundo Fílon de Alexandria, os primeiros sete meses do reinado de Calígula foram dos mais felizes que experimentara o Império em muito tempo. Porém, a grave doença pela qual passou o imperador marcou uma mudança em seu jeito de governar. Na época, ele foi acometido por uma "febre cerebral" (hoje em dia, acredita-se que ele sofresse de esquizofrenia, neurossífilis ou envenenamento por chumbo).
Após recobrar a saúde, Calígula mandou assassinar várias pessoas que prometeram as suas vidas aos deuses se o imperador se recuperasse. também forçou a cometer suicídio pessoas exiladas durante o seu reinado, entre eles o seu primo, Tibério Gêmelo. Fílon escreve que Gêmelo teria conspirado contra Calígula enquanto o imperador estava doente. Mas o historiador Suetônio acreditava que os complôs eram pura imaginação do imperador.
Existem poucas fontes sobreviventes que descrevam o seu reinado, nenhuma das quais se refere a Calígula de maneira favorável. Os relatos centram-se na sua crueldade, extravagância e perversidade sexual, apresentando-o como um tirano demente. Foi acusado de matar por pura diversão e de manter relações incestuosas com as suas irmãs. Provavelmente a história mais famosa é a que conta que ele quis nomear o seu cavalo, Incitatus, cônsul e sacerdote. O imperador acabou assassinado por membros de sua própria guarda, no ano 41 d.C.
Imagem: Louis le Grand, via Wikimedia Commons