Cientistas podem ter desvendado a origem do misterioso "Sinal Wow!"
Em 15 de agosto de 1977, um estranho fenômeno foi detectado por um radiotelescópio da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos. Naquele dia, os pesquisadores do projeto SETI (que busca por vida alienígena inteligente), registraram um sinal poderoso vido do espaço, que durou 72 segundos, até desaparecer. Jerry Ehman, o operador de plantão, ficou espantado e desenhou um círculo vermelho e escreveu a expressão "Wow!" em volta do registro da medição. Agora, um novo estudo pode ter desvendado o que estava por trás do mistério.
Sinais semelhantes
O chamado "Sinal Wow!" tem intrigado cientistas desde a sua descoberta como um possível indício de inteligência extraterrestre. A nova pesquisa, liderada por Abel Méndez, do Laboratório de Habitabilidade Planetária da Universidade de Porto Rico, marca a primeira fase do projeto "Arecibo Wow!. A iniciativa busca sinais semelhantes usando dados arquivados do antigo Observatório de Arecibo.
De 2017 a 2020, a equipe observou vários alvos celestes em frequências que variam de 1 a 10 GHz, usando o telescópio de 305 metros do observatório. Em 2023, o projeto continuou com observações a 8 GHz usando um telescópio de 12 metros, focando em estrelas anãs vermelhas com planetas potencialmente habitáveis. As observações revelaram sinais semelhantes, embora menos intensos que o Sinal Wow! original.
A pesquisa propõe que o Sinal Wow! pode ter sido causado por um evento astrofísico único: o súbito brilho de uma nuvem de hidrogênio frio devido à emissão estimulada por uma fonte de radiação forte e transitória, como uma erupção de magnetar ou um repetidor de raios gama suaves (SGR). Esses eventos raros podem fazer com que nuvens de hidrogênio brilhem momentaneamente com muito mais intensidade, o que poderia explicar a natureza passageira do Sinal Wow!.
Segundo os pesquisadores, essa hipótese não só explica as características únicas do Sinal Wow!, mas também destaca uma nova fonte de falsos positivos na busca por assinaturas tecnológicas extraterrestres. "Nosso estudo sugere que o Sinal Wow! foi provavelmente o primeiro caso registrado de emissão semelhante a um maser (laser cuja radiação tem comprimento de onda de micro-ondas) na linha do hidrogênio", acrescentou Méndez. Essa hipótese pode redefinir o que se sabe sobre tais sinais e guiar futuras buscas por vida extraterrestre.